Gestão de custos em tempos de crise: Estratégias e cases para reduzir despesas sem perder qualidade

Gestão de custos em tempos de crise Estratégias e cases para reduzir despesas sem perder qualidade

Gestão de custos em tempos de crise: Estratégias e cases para reduzir despesas sem perder qualidade

Em um cenário econômico desafiador, otimizar recursos é crucial. Aprenda com dados de mercado, especialistas e cases de sucesso de gigantes como Magazine Luiza e Havaianas como enxugar o orçamento de forma inteligente, com a tecnologia como principal aliada.

Para gestores, empresários e diretores, de micro a grandes corporações, a gestão de custos tornou-se uma pauta prioritária. O cenário econômico para 2025, segundo projeções da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta para uma desaceleração, exigindo das empresas um olhar ainda mais estratégico sobre suas finanças. Navegar por este período de incertezas requer mais do que simples cortes; demanda uma reavaliação profunda dos processos e a adoção de estratégias que preservem a qualidade e a competitividade.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou 48,6 pontos em junho de 2025, sinalizando uma contínua falta de confiança do setor. Este dado, somado a desafios persistentes como a alta carga tributária e a burocracia, conhecidos como “Custo Brasil”, pressiona as margens e exige uma gestão financeira primorosa.

Mas como reduzir despesas sem sacrificar a qualidade, a satisfação do cliente e o moral da equipe? A resposta está em uma combinação de análise criteriosa, planejamento e a adoção de tecnologias e modelos de negócio mais eficientes.

O Diagnóstico: O primeiro passo para a cura financeira

Antes de qualquer corte, é fundamental um diagnóstico preciso. Especialistas do Sebrae recomendam uma análise detalhada de todas as despesas, separando-as entre custos fixos e variáveis.

“Muitas empresas, na ânsia de cortar custos, acabam eliminando investimentos que são vitais para o seu futuro”, alerta Caroline Kherlakian, CEO da CK Reestruturação. “A ausência de uma visão externa e estruturada pode comprometer a eficiência das ações.”

Estratégia Descrição Impacto Esperado
Revisão de Processos Mapear e otimizar fluxos de trabalho para eliminar gargalos e desperdícios. Aumento da produtividade e redução de custos operacionais.
Negociação com Fornecedores Buscar melhores condições e prazos com a cadeia de suprimentos. Redução do custo de aquisição de matéria-prima e insumos.
Automação e Tecnologia Implementar softwares e ferramentas que otimizam o tempo e reduzem erros. Eficiência operacional e decisões baseadas em dados.
Gestão de Pessoas Investir em treinamento e promover uma cultura de conscientização sobre os custos. Equipes mais produtivas e engajadas na busca por economia.

 

Cases de sucesso: Aprendendo com gigantes na prática

Analisar como grandes empresas superaram suas crises é uma fonte valiosa de aprendizado. Elas não apenas cortaram custos, mas reinventaram processos.

  • Magazine Luiza: A virada digital, no início da década de 2010, a empresa enfrentava forte concorrência e margens apertadas. A resposta não foi fechar lojas em massa, mas sim um investimento maciço em tecnologia e automação. A Magalu integrou suas operações físicas e online, otimizou sua logística com inteligência artificial e transformou seu aplicativo em um super app. A estratégia focou em usar a tecnologia para reduzir custos operacionais, melhorar a experiência do cliente e criar novas fontes de receita, tornando a empresa uma das mais resilientes do varejo.
  • Havaianas: Do básico ao ícone global, nos anos 90, a Havaianas era vista como um produto básico e de baixo valor. Após uma crise, a Alpargatas realizou uma profunda revisão de processos e de produto. A gestão focou em entender o consumidor, investir em design e marketing (sem considerar este um custo a ser cortado, mas um investimento estratégico) e otimizar a cadeia de produção. O resultado foi a transformação de uma commodity em um ícone de moda global, mostrando que a gestão de custos também envolve saber onde investir para agregar valor.
  • Ambev: A cultura obsessiva por custos, a Ambev é mundialmente conhecida por sua cultura de “dono” e pelo controle rigoroso de despesas, utilizando metodologias como o Orçamento Base Zero (OBZ), onde cada despesa, mesmo as recorrentes, precisa ser justificada anualmente. Este é um case exemplar de gestão de pessoas focada em custos. A empresa treina seus colaboradores para pensarem como donos do negócio, buscando eficiência em cada detalhe, desde a compra de insumos até o consumo de energia no escritório.

O caso da telefonia: Trocando o investimento (CAPEX) pelo custo operacional (OPEX)

Um exemplo prático e de alto impacto, que reflete a estratégia de gigantes como a Magazine Luiza em usar a tecnologia para otimização, é a transformação digital na área de telecomunicações. Como detalhamos em nosso guia estratégico para maximizar o ROI em telecomunicações, empresas de todos os portes estão migrando de modelos tradicionais, que exigem altos investimentos em equipamentos (CAPEX), para soluções baseadas em serviços (OPEX).

Adotar um PABX em Nuvem, por exemplo, elimina a necessidade de comprar aparelhos caros e arcar com custos de manutenção. O investimento se transforma em uma despesa operacional mensal, previsível e escalável.

Essa mudança de paradigma, que detalhamos ao comparar a terceirização com a gestão interna de telecom, traz vantagens claras:

  • Liberação de capital: O dinheiro que seria usado em infraestrutura pode ser alocado no core business.
  • Previsibilidade e escalabilidade: Pague apenas pelo que usa, com custos fixos mensais.
  • Tecnologia de ponta: Acesso contínuo às ferramentas mais modernas sem novos investimentos.
  • Foco estratégico: A equipe interna pode se concentrar em projetos que geram receita, enquanto a Sigatel cuida da complexidade das comunicações.

Em suma, a gestão de custos em tempos de crise não é sobre cortar por cortar, mas sobre gastar com inteligência. É sobre aprender com os melhores, questionar processos e usar a tecnologia para construir um negócio mais flexível e eficiente, preparado não apenas para sobreviver à tempestade, mas para prosperar no futuro.

Fontes Pesquisadas:

  • Fundação Getúlio Vargas (FGV) – Boletim Macro IBRE
  • Confederação Nacional da Indústria (CNI) – Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI)
  • Sebrae – Artigos sobre gestão financeira e desafios do empreendedorismo.
  • Entrevistas e artigos de Caroline Kherlakian, CEO da CK Reestruturação.
  • Análises de mercado sobre os cases de Magazine Luiza, Havaianas (Alpargatas) e Ambev.
  • Blog da Sigatel – Artigos sobre ROI em Telecom e Terceirização vs. Gestão Interna.

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